segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Resta-me

Quero agora gritar,
mas me falta o som,
mas me falta o dom,
mas me falta o tom.

Quero agora me exibir,
mas me falta a imagem,
mas me falta a embalagem,
mas me falta a coragem.

Quero agora sair,
mas me falta a direção,
mas me falta a noção,
mas me falta a ação.

Quero agora o silêncio,
mas me falta a paz,
mas me falta o gás,
mas me falta o “aqui jaz”.

Resta-me querer esta poesia
pouca, rouca, mouca e louca.

Nilton Serra

4 comentários:

VINIL disse...

Gostei! Se você tivesse escrito um quarteto a menos, você teria composto um soneto shakesperiano. E o melhor de tudo: sem saber!
Bjs

Tatiana disse...

te achei!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Ni! Pareceu-me poesia do Arruda, e pode tomar isso como um baita elogio! Lindo demais, adorei! Beijão!

Janete Cortez disse...

Olá, amigo!
Passei pra agradecer as lindas palavras deixadas em meu blog e reafirmar a minha admiração pela forma como você se expressa, quer em palavras soltas, brancas e livres, quer no redemoinho de emoções cheias de cadência e rimas.
E não posso esquecer seu dom com imagens... Você já voou, sim, nas asas de um pássaro!
Beijo enorme!

Janete